sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O guarda-vidas

Olhos postos no mar, que a sua lida
é mirar o infinito mar afora...
Olhos postos no mar, que o mar convida,
mas, esfinge que é, também devora.

Quando o mira da areia, o guarda-vidas,
um duelo é travado nessa hora:
de um lado, a coragem destemida;
do outro lado, a grandeza que apavora.

No duelo com o mar, esse homem forte,
de onde as ondas rebentam, vai além...
Mas injusta, decerto, é sua sorte:

mesmo que inda resgate oitenta ou cem,
lá no fundo, ao perder alguém pra Morte,
ele sente algo em si morrer também!

Wedmo Mangueira - 10/08/2010
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Imagem: 1º Sgt Sinério

3 comentários:

tatiana hora disse...

eu admiro o jeito que você escreve...
gosta de sonetos... e rimas...
tem conclusões inusitadas nos poemas...
e usa a palavra que a gente menos espera!
abs!

Bárbara Lobo disse...

Que forma mais sublime de descrever a profissão, gostei demais!:D

joelbagsilva disse...

Ao terminar a leitura eu suspirei... Bom sinal? Acho que sim. Agora salva-vidas, pra mim, tem cara e poesia.