quarta-feira, 23 de março de 2011

Marítimo I

Ante o céu que se tinge de encarnado 
à medida que a luz do sol desmaia, 
para o mar, que se lança sobre a praia, 
lanço a luz de um olhar desconsolado. 

Um homem triste quedou-se ao meu lado... 
Os marulhos serenos da Atalaia 
devem ter - não sei bem - algo que atraia 
as pessoas de olhar atormentado. 

Ele, então, contemplando atentamente 
o oceano gigante à nossa frente, 
me falou no seu quase-sussurrar: 

“Todo aquele que tem o olhar aflito 
deveria mirar o infinito 
e sentir quão pequeno é seu penar.” 

Wedmo Mangueira - 27/11/2008 


Imagem: Ponta dos Mangues, por Thatiana Carvalho

Um comentário:

Aglacy Mary disse...

Sonetos têm necessárias amarras. Esse liberta.