
Embora tenha nome de mulher,
corpo e cheiro de mulher
e os trejeitos e perigos
permitam supor que se trate de uma,
é mais que mulher...
É mar revolto, na verdade,
essa menina à minha frente.
Pudesse eu ser promontório,
avançaria seco ao seu encontro
e mergulharia em seus domínios,
apreendendo-lhe medos e mistérios.
Fosse-me vedado tocá-la,
contentar-me-ia em ser farol,
para, ao menos, contemplá-la à distância,
velando-lhe o sono,
protegendo-a de velhos marinheiros.
Contudo, ao fitar tanta beleza,
que mais posso querer ser,
senão nauta atrevido,
para poder passear por suas águas,
entregar-me a seus movimentos noturnos,
naufragar em meio aos seu recifes,
enroscar-me em seus sargaços
e amanhecer feliz e inerte em sua costa nua!
Wedmo Mangueira
4 comentários:
belíssimas metáforas!
e como adoro o mar...
Nossa, que mulher/mar! MARavilhoso...
"MARavilhoso" mesmo (Joelba por aqui!) Faz par com um poema meu... creio que se chama "Medida", inspirado nesses faróis resignados (risos).
Se não chegou por mail, ei-lo: "MEDIDA"
http://aglacy.blogspot.com/search?q=medida
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